Setor cervejeiro cresce e comemora o desenvolvimento do lúpulo brasileiro de forma sustentável

08/07/2024

Por Gabriel Pucino, gerente da GL events e organizador da Brasil Brau

Por trás de uma latinha ou copo de bebida, há uma indústria em crescimento e cada vez mais comprometida com a sustentabilidade. A busca por se tornar aliada ao meio ambiente tem alavancado o mercado, visto que as práticas de ESG estão exigindo que as cervejarias, tanto as gigantes globais quanto as artesanais, adotem medidas mais eco-friendly em suas operações. Essas iniciativas vão desde a redução do consumo de água e energia, uso de embalagens recicláveis ​​e a colaboração com fornecedores locais, até sobre o investimento em práticas que preservam os solos e recursos híbridos.

Considerada paixão nacional pelos brasileiros, a cerveja é celebrada em nosso país no dia 5 de junho. Em alusão à data, será lançado o Anuário da Cerveja – produzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) – no maior evento da América Latina, a Brasil Brau, que acontece de 11 a 13 de junho. Esperados pelos profissionais e empreendedores, o levantamento traz informações exclusivas sobre importação, exportação, além de expectativas para o mercado em expansão. Esses dados impulsionam o segmento: o ano de 2023 somou 1.847 cervejarias registradas no Brasil, com crescimento de 6,8% com relação a 2022. São Paulo continua na liderança como o estado com maior número de cervejarias, alta de 5,9%.

Segundo o Anuário da Cerveja: historicamente, o setor no Brasil é relevante para economia nacional e o segmento de bebidas ultrapassou 130 mil empregos diretos em 2023, com variação positiva de 3,83%. O número de estabelecimentos registrados no ano passado subiu de 6,8%, o que significa um aumento de 118 cervejarias, sendo o 8º maior da série histórica. Dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de janeiro deste ano, divulgados pelo IBGE, também indicam que a atividade de produção de cerveja cresceu 9,4%, marcando o sétimo mês consecutivo de expansão.

A grande novidade é o contínuo crescimento do lúpulo brasileiro, que triplicou em 2023 e tem evoluído de forma relevante nos últimos cinco anos graças à inovação e conhecimento aplicado à cultura agrícola do insumo cervejeiro. A boa notícia é que já temos cervejarias no Brasil que produzem com a nossa matéria-prima, como o Grupo Petrópolis, entre outros.

A Serra da Mantiqueira, região serrana do Rio de Janeiro, tem despontado na produção do lúpulo e estamos vendo a história desta matéria-prima brasileira nascer diante dos nossos olhos! Provavelmente, daqui a 20 ou 30 anos, o Brasil vai ser autossustentável com relação a esse insumo tão necessário e, atualmente, caro, por ser importado!

A expansão também se deve às cervejas com baixo ou nenhum teor alcoólico – consumidores da Gen Z têm escolhido cada vez mais esses produtos. Mas o fato é que o universo da cerveja está em constante transformação, impulsionado pelas preferências dos diferentes públicos, avanços tecnológicos e uma crescente conscientização ambiental.

E a cerveja artesanal é uma tendência que veio para ficar? Como uma bebida diferenciada, vem conquistando corações e paladares ao redor do mundo e já é notável o aumento contínuo dessa indústria, com novas cervejarias surgindo e a diversificação de estilos cada vez mais evidente. Os pequenos produtores conquistaram a ampliação do público consumidor e a diversificação dos modelos de negócio.

As principais tendências envolvem a renovação na produção da cerveja, sustentabilidade como diferencial e a experiência personalizada do consumidor.

Gabriel Pulcino atua no segmento de eventos há 13 anos e desde 2013 compõe a equipe do Mondial de la Bière Brasil e da Brasil Brau. No início de 2020 foi promovido a gestor dos eventos do mercado de cervejas, além de receber a responsabilidade de gerir eventos do segmento esportivo como a etapa do mundial de Kite Surf no Brasil entre outros. Pulcino tem formação em Sommelier de Cerveja pela Doemens Academy.